sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Poema

Deus

I

Largos anos passei, aí no mundo,
A pensar, meditando na existência
De Deus – o Ser de paz e de clemência,
Fonte de todo o amor puro e fecundo.

Eu fiz, na sua busca, estudo fundo
Através toda a humana consciência,
E dos ínvios caminhos da Ciência
Pela Terra, no Mar, no Céu profundo.

Bem desejava achá-lo, amá-lo e vê-lo,
E servi-lo, adorá-lo e conhecê-lo,
Em doce crença inalterável, viva.

Mas não o vi jamais, porque, mesquinho,
Enveredei aí por mau caminho:
- O trilho da ciência positiva.

II

Eu devia buscá-lo onde Ele mora:
Na suma perfeição da Natureza,
E no esplêndido encanto e na beleza,
Do Céu, do Mar, da Luz, da Fauna, e Flora.

Eu podia encontrá-lo em cada hora
Nessa vida: - no Amor, e na Pureza,
Na Paz e no Perdão, e na Tristeza,
E até na própria Dor depuradora.

Mas eu andava cego e nada via;
E a Vaidade escolheu para meu guia
A Ciência falaz, enganadora!

Se o guia fosse a Fé ou a Bondade,
Vê-lo-ia daí na Imensidade,
Como, em verdade, O vejo em tudo agora.
Antero de Quental, por Fernando de Lacerda
(Divulgado pelo Grupo de Trabalho Info-Espírita)

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